quinta-feira, 22 de maio de 2008
O misterioso nevoeiro
Há alguns anos atrás, vi um filme de John Carpenter chamado o nevoeiro, the fog no original. The mist, que em Portugal corre com o título – O nevoeiro misterioso (The mist) não é ao que julgava um remake do filme de jc. Escrito por debra hill, the fog pouco ou nada tem a ver com este, adaptado do mestre stephen king. Hoje é fácil criar seres fantásticos mas em 1980 ainda estávamos a uma distancia considerável do que se conseguiu depois de jurassic park de modo que enquanto o filme de carpenter opta por esconder no nevoeiro os espíritos que este traz, o de frank darabont não se coíbe de os mostrar. O terror psicológico é porém comum aos dois.
E em ambos está muito bem conseguido. Contudo darabont não avança muito mais que carpenter. A tensão entre seres humanos que são obrigados a viverem uma situaçãoperigo remete-nos para os filmes catástrofe dos anos setenta e também para trabalhos como o filme o voo da phenix curiosamente também com dennis quaid e se quisermos para mais recentes como a série televisiva lost. Aqui adiciona-se o sobrenatural e a uma fórmula de sucesso ningém resiste. E Darabont é um bom profissional que sabe o que está a fazer. Para além disso já é veterano em adaptações de Stephen King como «Os Condenados de Shawshank» (1994), «À Espera de Um Milagre» (1998)
Sinopse
Depois de uma violenta tempestade assolar uma cidade em Maine, um nevoeiro cerrado instala-se na manhã seguinte. À medida que o nevoeiro envolve a área, um grupo de pessoas fica preso numa mercearia local. Entre eles está David Drayton e o seu filho de 5 anos. Em breve as pessoas apercebem-se que dentro do nevoeiro residem numerosas espécies horrendas, criaturas horríveis que entraram através de um canal inter-dimensional criado por uma base militar. O mundo à volta destas pessoas rapidamente se torna num autêntico inferno na terra, enquanto estes tentam desesperadamente sobreviver a esta catástrofe apocalíptica.
The Mist
Género: Suspense
Actores: Laurie Holden, Marcia Gay Harden, Thomas Jane, William Sadler
Frank Darabont
127 min
2007 / Estados Unidos
“Vista pela Última Vez”, excelente estreia de Ben Affleck na realização
“Vista pela Última Vez”, excelente estreia de Ben Affleck na realização
Maria das Mercês Pacheco
Devo confessar que nunca fiquei muito impressionada com a capacidade de representação de Ben Affleck: um pouco morno. Ao contrário do irmão, Casey, cujas subtileza e ambiguidade são completamente envolventes. Mas, como realizador, Affleck revela um talento auspicioso. Baseado num romance de Dennis Lehane (o autor de “Mystic River”), “Vista pela Última Vez” anda à volta do desaparecimento de crianças, sendo na altura comentada, em Portugal, a semelhança com o caso de Maddie McCann. Mera coincidência, pois o romance “Gone Baby Gone” foi publicado em 1998.
Sem querer contar muito do enredo, destaco momentos marcantes da obra. A abrir o filme, uma panorâmica de zonas menos atraentes da fantástica cidade de Boston, acompanhada pela voz roufenha de Casey Affleck, personagem principal e detective; «I find the people who started in the cracks and then fell through» é uma frase lapidar que dá o tom a todo o filme; ao longo do filme, inegáveis ecos do melhor de “Mystic River”; a dinâmica da filmagem; o papel da religião católica, o peso da culpa, a leveza da fé; o conflito entre o certo e o errado.
Para além de Casey Affleck, é impressionante a interpretação de Amy Ryan, mãe da criança desaparecida e viciada em cocaína; e um prazer rever os veteranos Morgan Freeman, Ed Harris e John Ashton.
“Vista pela Última Vez” recebeu diversos prémios de realização e de interpretação, recompensando os trabalhos dos manos Affleck e de Amy Ryan. Merecidamente.
Sinopse
baseado no romance de Dennis Lehane (Mystic River) e adaptado para o ecrã por Affleck e Aaron Stockard, o filme conta a história de dois detectives privados que procuram uma menina de 4 anos, raptada no bairro mais degradado no sub-mundo de Boston.
A história, baseada no romance de homónimo de Dennis Lehane, autor de "Mystic River", foi adaptada para o ecrã por Ben Affleck e Aaron Stockard.
O filme centra-se na tarefa difícil de um casal de detectives, Patrick Kenzie e Angela Gennaro, a quem a tia entrega a missão de descobrir o paradeiro de Amanda McCready, uma menina de 4 anos, raptada no bairro mais problemático do submundo de Boston, enquanto estava sozinha em casa.
Apesar de os dois detectives serem especialistas em cobrança de dívidas, a familiar acredita que eles são fundamentais já que vivem no bairro e conhecem-no bem.
À medida que estes investigam vão percebendo que nada é o que parece e que a polícia e os marginais se entrecruzam, num mundo em que afinal todos podem ser culpados.
Ficha Técnica:
Realização de Ben Affleck; interpretação de Casey Affleck, Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris, John Ashton, Amy Ryan, Amy Madigan; baseado num romance de Dennis Lehane.
Maria das Mercês Pacheco
Devo confessar que nunca fiquei muito impressionada com a capacidade de representação de Ben Affleck: um pouco morno. Ao contrário do irmão, Casey, cujas subtileza e ambiguidade são completamente envolventes. Mas, como realizador, Affleck revela um talento auspicioso. Baseado num romance de Dennis Lehane (o autor de “Mystic River”), “Vista pela Última Vez” anda à volta do desaparecimento de crianças, sendo na altura comentada, em Portugal, a semelhança com o caso de Maddie McCann. Mera coincidência, pois o romance “Gone Baby Gone” foi publicado em 1998.
Sem querer contar muito do enredo, destaco momentos marcantes da obra. A abrir o filme, uma panorâmica de zonas menos atraentes da fantástica cidade de Boston, acompanhada pela voz roufenha de Casey Affleck, personagem principal e detective; «I find the people who started in the cracks and then fell through» é uma frase lapidar que dá o tom a todo o filme; ao longo do filme, inegáveis ecos do melhor de “Mystic River”; a dinâmica da filmagem; o papel da religião católica, o peso da culpa, a leveza da fé; o conflito entre o certo e o errado.
Para além de Casey Affleck, é impressionante a interpretação de Amy Ryan, mãe da criança desaparecida e viciada em cocaína; e um prazer rever os veteranos Morgan Freeman, Ed Harris e John Ashton.
“Vista pela Última Vez” recebeu diversos prémios de realização e de interpretação, recompensando os trabalhos dos manos Affleck e de Amy Ryan. Merecidamente.
Sinopse
baseado no romance de Dennis Lehane (Mystic River) e adaptado para o ecrã por Affleck e Aaron Stockard, o filme conta a história de dois detectives privados que procuram uma menina de 4 anos, raptada no bairro mais degradado no sub-mundo de Boston.
A história, baseada no romance de homónimo de Dennis Lehane, autor de "Mystic River", foi adaptada para o ecrã por Ben Affleck e Aaron Stockard.
O filme centra-se na tarefa difícil de um casal de detectives, Patrick Kenzie e Angela Gennaro, a quem a tia entrega a missão de descobrir o paradeiro de Amanda McCready, uma menina de 4 anos, raptada no bairro mais problemático do submundo de Boston, enquanto estava sozinha em casa.
Apesar de os dois detectives serem especialistas em cobrança de dívidas, a familiar acredita que eles são fundamentais já que vivem no bairro e conhecem-no bem.
À medida que estes investigam vão percebendo que nada é o que parece e que a polícia e os marginais se entrecruzam, num mundo em que afinal todos podem ser culpados.
Ficha Técnica:
Realização de Ben Affleck; interpretação de Casey Affleck, Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris, John Ashton, Amy Ryan, Amy Madigan; baseado num romance de Dennis Lehane.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Dvd
STONED de Stephen Wooley
Um pedrado no charco
Terá Brian Jones, provavelmente o mais talentoso Rolling Stone, sido assassinado? Não se sabe mas essa teoria muito em voga no tempo em que o guitarrista e co-fundador dos Stones foi encontrado morto na sua piscina, é repescada por Stephen Wooley no seu filme Stoned.
O filme centra-se nos sete anos que decorreram desde a fundação dos Rolling Stones até à morte de Jones, traçando um retrato muito imperfeito do músico . Wooley consegue no entanto retratar muito bem a época em que decorre a trama, praticamente todos os anos sessenta.
Um filme que pode interessar.
MR
Título Original:
"Stoned" (2005)
Realização:
Stephen Woolley
Argumento:
Neal Purvis & Robert Wade
Actores:
Leo Gregory - Brian Jones
Paddy Considine - Frank Thorogood
David Morrissey - Tom Keylock
Ben Whishaw - Keith Richards
Indie Lisboa
Premiados em Ponta Delgada
O IndieLisboa 2008 – Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa recebeu cerca de 3 000 filmes a concurso e abre oficialmente no dia 24 de Abril com o filme «My Blueberry Nights», do realizador Wong Kar Wai. Do mesmo realizador de «2046», «Chungking Express» ou «In the Mood for Love», «My Blueberry Nights» conta com um naipe de actores consagrados (Jude Law, David Strathairn, Rachel Weisz e Natalie Portman) e com Norah Jones no papel principal. O filme mostra-nos uma jovem mulher que parte em busca de si mesma, depois de um desgosto amoroso. A sua demanda leva-la-á a conhecer e envolver-se com outras realidades, mostrando-lhe outros caminhos e, sobretudo, o seu novo rumo.
No final de Maio Ponta Delgada, pela mão da Cima associação cultural poderá ver os trabalhos premiados do Indie Lisboa.
Esboço de Almodôvar enquanto jovem autor
Reconhecem-se nos filmes mais remotos de Pedro Almodôvar, nomeadamente Pepi, Luci, Bom e Outras Raparigas como a Mamã, de 1980, algumas características do cinema almodovariano . O futuro realizador mudara-se da sua Mancha natal para Madrid em 1968 e a a partir de 1972 começa a fazer filmes em super 8. Tornou-se conhecido no ambiente underground madrileno, la movida, e também noutras cidades como Barcelona,, aonde se deslocava para apresentar os seus trabalhos.
Ao cinema conceptual da época, o espanhol contrapunha cinema mais narrativo o que o levava a ser desconsiderado por críticos e realizadores de super 8 para quem contar uma história pelo cinema era qualquer coisa de muito arcaico.
Em Conversas com Pedro Almodôvar de Frédéric Strauss, editado em Portugal pela 90 Graus Editora o realizador fala desse tempo: “ Nós filmávamos sem qualquer equipamento técnico, sempre com luz natural e a rodagem tornava-se uma festa entre amigos, em que cada um assaltava os roupeiros da mãe ou da irmã para fazer o seu próprio guarda-roupa.”
Espero esse pequeno excerto ajude a inspirar e consolidar um movimento de cinema alternativo que já pontualmente se manifesta aqui na região. Torna-se importante seguirmos os percursos dalguns, hoje, conceituados realizadores. Há muito a aprender.
Mário Roberto
TV
Reposição
Crónica de Gente Esquecida de Mário Ferreira Mendes
Numa pequena comunidade piscatória açoriana vive José Garanha, afundado em frustações passadas e desesperos presentes, que afoga em bebida e brutaliza a mulher, Ludovina, mãe de sete filhos e à espera de outro,todos eles fruto de desejo animal e de aguardente barata. A sogra, Augusta, que foi, também ela, casada com o mar mais de 40 anos e lhe conhece as fúrias e as traições, é a única capaz de fazer-lhe frente, mas nem ela consegue evitar uma miséria nascida de dinheiro mal gerido e princípios morais atrofiados. À volta deles existem, mais do que vivem, homens e mulheres parados no tempo e presos no espaço, trabalhando o mar em condições da mesma forma que fizeram os que viveram antes deles, naufragados em promessas antes de naufragarem no mar, esquecidos por todos quantos tinham o dever de lembrar-se deles.
RTP- Açores 1999
136minutos
Argumento Armando Medeiros
Fotografia: Fernando PontesMúsica: Carlos Frazão (Direcção Musical)Cenografia: Carlos Eduardo FerreiraCom Belarmino Ramos, Maria Bifa, Natália Marcelino e Luis Simas.
Emile Hirsch
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